Chove em Campos depois de dois meses de estiagem

A chuva forte de 15 minutos em alguns pontos de Campos, 20 minutos em outros, e até duas horas em outros, trouxe um pouco de alento a campistas que há 55 dias não sentiam cheiro de terra molhada. Em grande parte da área urbana o tempo “fechou” por volta das 16h, com o céu ficando escuro e ventos açoitando o que encontrava pela frente.
No Terminal Rodoviário Luiz Carlos Prestes, na Beira-Rio, no Centro, uma idosa que corria para pegar um ônibus caiu com a força da ventania. Barracas de camelôs no largo do terminal no lado oposto também foram “fustigadas” e alguns itens caíram no chão. “Será que dessa vez ‘ela’ vem?”, questionou um pedestre a outro.
Pouco depois a chuva caiu. Na área central foram cerca de 20 minutos, mas continuava ‘chuviscando’ até por volta das 20h. O mesmo acontecia na área de Guarus, onde choveu por cerca de uma hora. Em outros pontos, como no Setor Sul do município, na área do distrito de Serrinha, nem mesmo choveu.
Em outros municípios da região, como São João da Barra e São Francisco de Itabapoana, este úlktimo com situação de emergência decretada ontem contra a seca, até por volta das 19h ainda não havia chovido. “Cheguei em Grussaí (SJB) agora há pouco, por volta das 18h, e só estava chovendo até perto de Barcelos. Aqui ainda não choveu”, disse a estudante Desirée Cordeiro.
Mais chuva - A previsão de institutos que servem de referência em todo o país, como o Inmet e o Climatempo, é que o tempo continue encoberto com chuvas hoje, quando o índice pluviométrico no município pode chegar a 40mm. Ainda segundo os institutos, o tempo permanecerá chuvoso na tegião até a próxima quarta-feira, mas com índices menores, em torno de 10mm. Na quinta-feira, segundo os institutos, o sol deve voltar forte em todo o Norte Fluminense.

Produtores ainda esperam salvar 70% das lavouras de cana
A previsão de chuva para hoje e os cinco dias seguintes chega quando muitos já registram perdas irreversíveis em lavouras como a cana-de-açúcar. “Colhi a cana no final do ano passado e, com a seca, a rebrota não desenvolveu. Na próxima safra não vou colher nada. E vou ter que gastar para renovar a lavoura”, disse o pequeno produtor Márcio Azevedo, 50.
Para quem planta pequenas lavouras para uso próprio, como forma de poupar a aposentadoria, a chuva também chega tarde. “Não vou colher nada de minha rocinha de aipim. Até as bananeiras estão secando”, lamentou o aposentado Hélio Gomes, 72.
Para o presidente da Associação Fluminense dos Produtores de Cana (Asflucan), Eduardo Crespo, o início da chuva ontem e a previsão de um índice pluviométrico para os próximos dias que pode chegar a 80mm são animadores. “Já foram perdidos em torno de 30% da cana da próxima safra, mas se chover bem em março, o plantio dos próximos meses está garantido. Quanto a outras culturas, como o abacaxi, por exemplo, foi tudo perdido”, explicou.

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