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sexta-feira, 5 de março de 2010

Interior do RJ de mãos dadas contra redivisão dos royalties


A verdadeira multidão que lotou a Praça São Salvador, na tarde de ontem, em defesa dos royalties do petróleo, trouxe à lembrança as grandes manifestações cívicas em momentos capitais da História. E confirmou a certeza de que o campista se mobiliza e atende aos apelos quando estão em jogo as lutas em prol de seus direitos. As cerca de 40 mil pessoas que aplaudiram e participaram intensamente do ato público foi a senha de que o movimento precisava para ganhar corações e mentes e fazer seu grito ecoar junto à opinião pública e as autoridades de Brasília.

“Esta luta é de todos nós, se ganharmos todos sairão ganhando. Se perdermos, todos irão perder. E este é um palanque que não tem cor partidária. Um movimento de uma luta maior. Desde o ano passado, quando iniciaram com a história do pré-sal, estamos indo a Brasília, em reuniões com ministros e deputados, para pedir apoio e denunciar esta tentativa de tirar os royalties do petróleo dos municípios produtores. Depois, entramos com um mandado de segurança, mas nos foi negada a liminar para que a emenda fosse barrada. Agora, nos resta convocar a sociedade para manifestações como essas, a fim de chamar a atenção das autoridades maiores e impedir essa injustiça”, disse a prefeita Rosinha Garotinho, que liderou o ato público, ao lado de prefeitos, vereadores e deputados, além de representantes de entidades da sociedade civil.

Rosinha exemplificou o disparate que representaria a aprovação da emenda do deputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), que propõe nova partilha dos royalties do petróleo, retirando fatias dos municípios produtores para redistribuí-las com todos os 5.560 municípios brasileiros. “Uma cidade como Teresina, que não produz petróleo, passaria a receber R$ 23 milhões, enquanto Campos, que é produtor e recebe todos os impactos sociais e ambientais, ficaria com apenas R$ 4 milhões. Que Justiça é essa com os municípios produtores?. A região de Ibsen Pinheiro passaria a receber quase R$ 14,5 milhões. A do Ministro Lobão, R$ 28,6 milhões, e Belo Horizonte R$ 27,5 milhões”, detalhou.

Bastante enfático, o deputado federal Geraldo Pudim qualificou a proposta de Ibsen Pinheiro como “um golpe” contra o Estado do Rio. “Esta emenda é um golpe. Um golpe contra estudantes, idosos e trabalhadores. Nós, do Estado do Rio de Janeiro, já sofremos golpes como este um atrás do outro. O primeiro, quando nos tiraram a capital levando-a do Rio para Brasília e o povo se manteve silente. Depois, nos tiraram o ICMS do petróleo, que é o único produto do País que não é taxado em sua origem. Não vamos mais ficar calados para permitir mais este golpe”, discursou.

Pudim propôs que se faça nova ofensiva com manifestação no Rio para que o movimento ganhe maior ressonância. “Temos que admitir: nós, eu a prefeita Rosinha estamos cansados, esgotamos nossa luta com as idas e vindas a Brasília. Agora contamos com vocês para renovar nosso ânimo. Minha proposta é que o próximo passo, entre outras manifestações que serão desencadeadas, seja a formação de uma caravana até a capital. Nós vamos parar o Rio! Nós temos que parar o Rio de Janeiro!”, bradou.

Em dado momento, Rosinha pediu que todos fizessem uma corrente e cantassem o Hino Nacional. Muitas pessoas entrelaçaram-se com as mãos, braços para cima, durante a manifestação cívica. Instantes depois, quase ao fim do ato, a prefeita solicitou que a Banda Massa e o cantor Dom Américo, presentes à manifestação, executassem a canção clássica de Geraldo Vandré, “Prá não dizer que não falei de flores”, hino das passeatas estudantis contra a ditadura.

Representantes de municípios do interior do Estado do Rio presentes ao ato público

O brado contra a tentativa de retirada dos royalties se estendeu como um clamor de mais multidões reunidas em vários outros municípios da região da Bacia de Campos, como Macaé, São João da Barra e Quissamã.

O presidente regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Geraldo Coutinho, mostrou-se “impressionado” com a mobilização da sociedade campista em torno da causa dos royalties e concluiu que a luta contra a emenda Ibsen já representa uma etapa vencida. “Prefeita, eu acho que nós já ganhamos a luta, pela sua sabedoria política e capacidade de articulação, que provocou uma mobilização com toda essa extensão, em resposta a um deputado sem noção qualquer e não conhece nossa realidade. Mas em minha vida carrego a certeza de que o bem não prevalece sobre as forças do mal. O que não significa que devemos esmorecer ou relaxar. Temos que nos manter em mobilização permanente até mesmo para, com a contribuição da sociedade, construirmos uma cidade nova, que não dependa tanto dos royalties a ponto de ficarmos apavorados como hoje”, avaliou.

O deputado estadual Wilson Cabral (PSB) enalteceu a capacidade de luta do povo de Campos na batalha pela obtenção dos royalties e também apostou na mobilização demonstrada ontem pelos campistas. “Os royalties do petróleo não caíram do céu. São frutos de uma luta que começou com o empenho do ex-prefeito Raul Linhares, do deputado federal Nélson Carneiro, que culminou com a assinatura da lei pelo então presidente José Sarney, aqui mesmo nesta praça. Não será uma emenda de um deputado alienado que vai nos tirar o que conseguimos através de nossas lutas. É uma emenda esdrúxula, absurda e que não merece prosperar. Vamos resistir”, exortou.

O presidente da Coagro, Frederico Paes, enfatizou os projetos de incentivo a novos empreendimentos que as verbas dos royalties tornaram viáveis, como a própria cooperativa que preside. “Quantos empregos foram gerados com as verbas do Fundecam, como a própria Coagro e outras tantas indústrias que os royalties tornaram possíveis. E os hospitais? Se acabarem com a verba dos royalties, o Hospital dos Plantadores de Cana, do qual sou tesoureiro, simplesmente fecha com o fim do convênio com a prefeitura. Não há outra alternativa”, disse.


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